Quando algum colega ou aluno vem reclamar comigo que não está conseguindo aprender a matéria, já falo logo: “Pega seu estojo, seu caderno e me empresta um lápis”.
As respostas, quase sempre são as seguinte:
- “Estojo? Lápis? Caderno? Em que ano você acha que estamos?”
- “Ah, não uso lápis nem lapiseira, só caneta… e não tenho carderno, escrevo em folhas avulsas”
- “Eu uso o tablet e o computador para estudar”
- “Tá aqui meu lápis” (e me entraga um lápis novinho, nunca usado)
Pronto! Quando isso ocorre eu já sei porque ele está com dificuldade em aprender. O problema é o tamanho do lápis.
A maioria dos alunos com dificuldade, na realidade, estuda muito pouco. Alguns não fazem nem o mínimo de atividades, exercícios e tarefas que os professores passam. E isso, para mim, se reflete no tamanho do lápis. Resumi esse fato na 1ª Lei de Abrantes:
O aprendizado é diretamente proporcional à quantidade e inversamente proporcional ao tamanho dos seus lápis.
1ª Lei de Abrantes
Quando tento explicar isso aos alunos, eles simplesmente não acreditam que eu utilizo de 3 a 5 caixas de lápis por semestre (além de uns 4 cadernos em média). Como eles não acreditam, eu abro meu estojo e despejo meus lápis mais recentes na mesa:

Na foto acima você vê os lápis que estão no meu estojo hoje, junto com 3 extensores (dois nas laterais e um abaixo). Para referência, eu coloquei na parte de cima uma caixa dos lápis que eu uso (sim, sou chato para isso, só uso lápis 6B, geralmente da Faber-Castell), e à direita um lápis novo para comparação de tamanho.
Quando o lápis fica pequeno, utilizo um extensor de lápis até não conseguir mais apontá-lo (o que ocorre quando ele fica com cerca de 2,0 a 2,5 cm de comprimento).
Nesse momento os alunos fazem aquela cara de incredulidade impagável e perguntam: “Como você consegue gastar tantos lápis assim?” Eu respondo: “simples, como não sou nenhum gênio eu tenho que estudar muito, muito mesmo, para aprender a matéria, então eu faço várias vezes os exercícios, faço resumos dos livros, desenho esquemas e busco exercícios extras na biblioteca.”
Nesse momento eles entendem porque o problema deles é o tamanho do lápis.
Claro, como eu uso lápis 6B, extremamente macio, ele é consumido muito mais rapidamente do que se fosse um lápis HB ou 2B. Mas eu gosto do lápis 6B porque a escrita dele é bem escura e grossa e facilita a leitura posterior (mesmo que, de vez em sempre, ocorram alguns borrões na página).
Não há nada melhor para estudar e aprender do que a combinação clássica: lápis, caderno, apontador e borracha. Não há solução tecnológica que substitua o famoso “bunda na cadeira”. Soluções tecnológicas ajudam, claro, mas, se o aluno não fizer sua parte, não há computador, tablet e vídeo-aula que dê jeito.
Se você tiver com dificuldade no aprendizado, verifique o tamanho de seus lápis! O problema pode estar justamente aí…
Essa 1a. Lei de Abrantes deveria se tornar uma palestra!
Genial! Adorei!
Ôpa, que bom que gostou, professora! Obrigado!!!
Vou encaminhar para minhas filhas! Espero que comecem a observar o tamanho dos seus lápis!!
Mande mesmo! E veja bem: lapiseira não funciona, tem que ser lápis, apontador, borracha e caderno!
Vamos ter que trocar de estratégia, lapiseira nunca mais!!!
Eu não sei o motivo, mas lapiseira não funciona tão bem como lápis. Sei lá, talvez você tenha que passar raiva ao tentar apontar e a ponta quebrar bem quando estava ficando boa, ou talvez seja o calo que dá nos dedos ao apontar um montão de lápis, ou talvez seja o processo de ir até a lixeira jogar as cascas fora, ou talvez seja naquela hora que o apontador abre e todo o farelo do grafite do lápis cai no seu caderno e borra tudo (e te obriga a fazer os exercícios de novo)… enfim, seja qual for o motivo, lápis, borracha, apontador e caderno funcionam melhor!
Gostei da sua 1a Lei.
Kkkk.
Parabéns pelo olhar diferenciado!!!
Obrigado!